quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O projeto "Registrando Saberes: o palavreado, as crenças e as tradições relacionados à cultura popular dos caboclos do oeste de Santa Catarina", foi apresentado à comunidade em Pinhalzinho-SC, no dia 17/10/2012. Resultado de uma proposta apresentada ao IPHAN no edital de "Mapeamento e Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial", em 2011, as ações desenvolvidas em quase um ano de pesquisa resultaram em cerca de 50 horas de filmagens e aproximadamente 2.500 registros fotográficos, que dão uma dimensão do universo cultural da população cabocla do oeste catarinense.
Os dois aspectos fundamentais deste projeto são, primeiro a perspectiva de estimular, valorizar e promover o reconhecimento de memórias, práticas e costumes que são parte do Patrimônio Cultural Imaterial da região Oeste Catarinense e estão bem vivos contemporaneamente.
As ações do projeto permitem à comunidade se identificar com esses bens culturais, reconhecendo-os como práticas recorrentes em seu dia a dia. E essa é uma das funções essenciais dos espaços museológicos: promover e valorizar a identidade e a cultura da comunidade no tempo presente, se constituindo em lugares de preservação da memória viva das comunidades.
O segundo aspecto importante do projeto é a realização de ações de forma compartilhada entre museus e instituições culturais: a coordenação do projeto é da históriadora Fernanda Ben, responsável pelo Museu Histórico de Pinhalzinho, e da pesquisadora Denise Argenta, responsável pelo setor de Difusão Cultural e Museológica do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (Ceom/Unochapecó). O projeto conta ainda com o apoio das Secretarias municipais de Cultura e Educação dos municípios de Campo Erê, Saltinho, Saudades, Pinhalzinho e Modelo, além das organizações relacionadas à comunidade cabocla: Sociedade Amigos da Viola (SAVI) e Puxirão dos Caboclos, de Chapecó e Associação Amigos da Roda de Viola Cabocla, de Saudades.

A fim de comunicar os resultados da pesquisa à comunidade, as equipes do Ceom/Unochapecó e do Museu Histórico de Pinhalzinho produziram uma exposição fotográfica itinerante, uma cartilha de apoio didático e um documentário retratando práticas culturais, memórias e os processos de reafirmação da identidade cabocla na região. Na apresentação à comunidade envolvida, na noite de 17/10/2012, no CTG Porteira do Pinhal em Pinhalzinho-SC, a maioria dos 36 entrevistados e suas famílias compareceram e foram homenageados, recebendo um kit com o documentário, cartilhas e folderes do projeto.
A partir do lançamento dos produtos, a exposição começa a circular pela região atendendo, em primeiro lugar, os municípios envolvidos na pesquisa, onde estão previstas oficinas educativas para professores bem como a distribuição de cópias da cartilha e do documentário, com o intuito de subsidiar ações educativas centradas no patrimônio cultural regional e na memória da etnia cabocla. Segundo as coordenadoras do projeto, a partir do 2º semestre de 2013 a exposição estará disponível para circulação em outros municípios do Estado.
Mais informações no Ceom/Unochapecó: (49) 3323 4779 ou no Museu Histórico de Pinhalzinho (49) 3366 1835.


Colaboração da colega:
Denise Argenta
Setor de Difusão Cultural e Museológica
www.unochapeco.edu.br/ceom
CEOM/UNOCHAPECÓ
 
Secretaria de Cultura de Campo Ere,
um dos municipios participantes do Projeto "Registrando Saberes: o palavreado, as crenças e as tradições relacionados à cultura popular dos caboclos do oeste de Santa Catarina",
aprecia a exposição Onde nasce nossa identidade em Pinhalzinho, SC.

 
Apresentação projeto registrando saberes

 
Caboclos Orides Medeiros (Campo Ere)
e Juvencia dos Santos (Saudades)
abrindo a exposição - Onde nasce nossa identidade

 
Casa cheia no lançamento do documentario,
 exposicão e cartilha - participantes de Modelo, Pinhalzinho,
Saudades, Campo Ere, Saltinho e Chapeco

 
Dona Carlota dos Santos (Pinhalzinho)
 apreciando a exposição - Onde nasce nossa identidade

 
No cerimonial de lançamento, teve moda de viola com
a dupla cabocla Leo Carreiro
 e Ze Carlos, representantes SAVI e Puxirao Caboclo (Cha)

 
Participantes do Projeto, dona Rosalina
Nogueira da Silva, de Chapecó (ao centro),
posa com o esposo, Genesio e amiga

 
Participante do projeto, o caboclo Leonir
Gonccalves Barboza (modelo-SC) posa com a familia na exposicão

 
Participante do projeto, Orides Medeiros
(Campo Ere) posa junto a exposicão

 
Público aprecia a Exposição
Onde nasce nossa identidade

 
Folder de apresentação do Projeto



Carta do Irani


terça-feira, 31 de julho de 2012

CHAMADA DE ARTIGOS REVISTA MUNDO ANTIGO -UFF

Caros colegas da Anpuh Regional de  Santa Catarina,

 O Núcleo de Estudos em História Medieval, Antiga e Arqueologia Transdisciplinar (NEHMAAT) comunica a atualização do site e o lançamento da REVISTA MUNDO ANTIGO. Revista cientifica eletrônica especializada em História Antiga, Medieval e Arqueologia. 
 
A Equipe Editorial  gostaria de informar que está recebendo artigos para o próximo número (até 15 de Outubro) para ser publicado em 25 de Novembro.
 
Acesse o site para maiores informações. Os artigos podem ser em Português, Espanhol, Inglês e Francês.
 
Pós-graduados (Lato-Sensu), Mestrandos, Mestres, Doutorandos e Doutores podem enviar artigos.
Graduados e Graduandos devem escrever em conjunto com seus orientadores.

A Equipe Editorial gostaria de agradecer a todos pelas contribuições,  o que tornou possível a publicação deste primeiro número. Esperamos que a revista possa ser um veículo de comunicação, ensino e pesquisa.

The Editorial Team would like to announce the first number of  Revista Mundo Antigo.  A scientific electronic Journal improved by NEHMAAT and UFF-PUCG from Rio de Janeiro, Brazil. Papers could be in Portuguese, Spanish, English or French.  Access our site for further information.
 
REVISTA MUNDO ANTIGO
http://www.nehmaat.uff.br/mundoantigo.html

NEHMAAT – UFF/PUCG
http://www.nehmaat.uff.br/index.html

--

Julio Gralha
Prof. Adjunto em História Antiga e Medieval
julio.egito@gmail.com
------------------------------
http://uff.academia.edu/JulioGralha
Vice coordenador do Curso de História (UFF - PUCG)  http://www.proac.uff.br/campos/
Coord. do Núcleo de Estudos em História Medieval, Antiga e Arqueologia Transdisciplinar (NEHMAAT) http://www.nehmaat.uff.br
Prof. Colaborador e Coordenador -  Estudos Orientais CEHAM-NEA-UERJ http://www.nea.uerj.br

DIVULGAÇÃO DA REVISTA AEDOS

Divulgamos a publicação da nova edição da revista Aedos. Em seu décimo número, a revista apresenta o Dossiê Temático Coletivos Indígenas na América: Mestiçagem e Etnogênese.

Boa leitura a todos!
Conselho Editorial Aedos- Gestão 2011/2012





I ENCONTRO INTERNACIONAL FRONTEIRA E IDENTIDADES UFPEL

BOM DIA COLEGAS,

CONVIDAMOS PARA QUE INSCREVAM VOSSOS TRABALHOS E NOS AJUDEM A DIVULGAR
O I Encontro Internacional Fronteiras e Identidades promovido pelo
Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de
Pelotas. O encontro acontecerá nas dependências da Universidade
Federal de Pelotas entre os dias 25 e 28 de setembro de 2012.

http://www.ufpel.edu.br/ich/eifi
 



Titulo do simpósio: HISTÓRIA, MEMÓRIA,  PATRIMÔNIO CULTURAL E A
CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES



 Ementa:



Na contemporaneidade convivemos com a intensa multiplicação de lugares
de memória e de iniciativas destinadas ao patrimônio cultural. Nesse
sentido, consideramos a necessidade de fomentarmos debates e reflexões
sobre tal temática no âmbito das identidades, salientando as
potencialidades educacionais e de intercâmbio cultural que se abrem
com ações dessa natureza. Para tanto, temos por objetivos reunir e
dialogar com profissionais e estudantes de pós graduação, vinculados
as universidades, centros de memória, arquivos, museus, escolas etc.,
que desenvolvam pesquisas ou ações de educação patrimonial, visando a
construção coletiva e socialização de saberes relativos à articulação
de iniciativas ancoradas no âmbito da História, da memória  e da
gestão do patrimônio cultural.

Palavras-chave: memória; patrimônio; identidades.

Proponentes:

Prof. Dr. Elison Antonio Paim

Instituição: Universidade Comunitária Regional de Chapecó – Unochapecó
(Chapecó - SC)

Tel: 49-88334095/ 49-33218369

Link currículo lattes http://lattes.cnpq.br/8695520812750828





Prof. Drª. Maria de Fátima Guimarães

Instituição: Universidade São Francisco – USF (Bragança Paulista - SP)

Tel: 11-4033-4037/ 11-9417-9778

E-mail: mfgbueno@uol.com.br

Link currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/3695491935034438





CHAMADA DE ARTIGOS DO CEOM

Prezados Pesquisadores,

Se fronteira pode ser vista como um limite, que fornece a sensação e
exclusão e separação, também pode ser um espaço de interação,
envolvendo múltiplas formas de interrelações.

Convidamos os pesquisadores a enviar artigos para o próximo número da
Revista Cadernos do CEOM, número 37, que terá como tema "Fronteiras".
O prazo limite para envio dos artigos é 31 de agosto de 2012. Acesse o
link abaixo e cadastre seu artigo. Maiores esclarecimentos para
publicação estão disponíveis na página da Revista através do link
http://www.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rcc
, onde encontram-se
também os passos para cadastro de autores. Em caso de dúvidas, entre
em contato conosco pelo fone (49) 3323-4779 ou pelo e-mail
ceom@unochapeco.edu.br. Pedimos a gentileza de re-encaminhar esse
comunicado aos seus contatos.

Segue em anexo, normas para publicação de artigos:

Atenciosamente,


--
Marcia Bombana
Secretária do CEOM/Unochapecó
(49) 3323-4779 / (49) 3324 - 6914

PUBLICAÇÃO DA REVISTA 'HISTÓRIA' (UNESP)

É com enorme satisfação que tornamos público o volume 31, número 1, da revista História (São Paulo), publicação semestral, editada pelos Programas de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual Paulista, UNESP. A revista, neste número, tem como tema Representações do masculino na História, tema amplo e rico que, como poder-se-á constatar, suscitou dos estudiosos colaboradores visadas variadas e criativas. A revista pode ser consultada no endereço: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0101-9074&lng=pt&nrm=iso

CHAMADA DE ARTIGOS

Prezados pesquisadores,
comunicamos que a Revista Cordis: Revista Eletrônica de História Social da Cidade, da PUC-SP, receberá textos sobre as seguintes temáticas:
- História e Literatura, prazo-limite para envio até 15 de agosto de 2012 e
- Revoluções, Cultura e Política na América Latina, prazo-limite para envio até 1 de dezembro de 2012.

http://revistas.pucsp.br/index.php/cordis/index

DIVULGAÇÃO DA REVISTA ENTREVER

Caro(a)s colegas,

divulgamos a publicação do volume 2 da Revista EntreVer - Revista das Licenciaturas (UFSC), composto pelo Dossiê "Formação de professores e ensino de História" - disponível no link http://periodicos.incubadora.ufsc.br/index.php/EntreVer
, cujo Sumário reproduzimos abaixo para comvidá-lo(a)s à leitura.

Solicitamos o auxílio para a divulgação. Muito Obrigada!

abraço
Andréa Ferreira Delgado
Clarícia Otto

EntreVer - Revista das Licenciaturas

A EntreVer é um espaço de encontro das experiências formativas que vêm sendo desenvolvidas no país no âmbito, sobretudo, das práticas de ensino e dos estágios supervisionados.

Imagem para capa da revista

v. 2, n. 1 (2012): Formação de professores e ensino de História.

Sumário

Prefácio

Formação de professores e ensino de História  
Andréa Ferreira Delgado, Clarícia Otto  

Ensaios Discentes

O ensino de história para crianças: duas experiências de estágio nos anos iniciais do Ensino Fundamental  
Raquel de Melo Giacomini, Daniela Eli, Juliane Mendes Rosa La Banca, Luiza Turnes  
Índios, futebol e um estudante em formação: relato de uma experiência acadêmica  
Rafael Benassi dos Santos  
O uso das propagandas farmacêuticas do século XIX e XX como fontes para o ensino de história: um relato de experiência  
Isaac Facchini Badinelli, Luis Fernando Junqueira  
Reflexões sobre a utilização de pinturas históricas nas aulas de história  
Aline Maisa Lubenow, Elison Antonio Paim  
Uma chamada a cobrar: a escola e o celular em sua difícil convivência  
Constantino Quarezemin Neto, Jeniffer Caroline da Silva, Viviane Cavalcante Pinto  
O uso das diferentes linguagens na disciplina de Estudos Latino-Americanos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina  
Lucas Braga Rangel Villela  
Construindo saberes: a relação docente/discente  
Andrei Martin San Pablo Kotchergenko, Guilherme de Almeida Américo  

Diários de Classe

Roteiro de visita guiada: “Desterro dos negros escravos e libertos – século XIX”  
Joseane Zimmermann Vidal  
A disciplina de História e a formação para a cidadania: uma experiência interdisciplinar  
Geane Kantovitz  
No jogo do reconhecimento: estágio supervisionado e identidade docente na formação de professores de História  
Juliana Pirola da Conceição, Maria de Fátima Sabino Dias  
O estágio supervisionado na EJA de Florianópolis: uma experiência  
Suzana Bittencourt  
Pesquisa-estágio em História: o processo de elaboração-tabulação-análise do questionário de conhecimento prévio  
Márcia Elisa Teté Ramos  

Artigos

Para além da reprodução: contribuições de Pierre Bourdieu para uma reflexão sobre formação de professores para o ensino de História  
Nadia Gaiofatto Gonçalves  
Ensinar História compreendendo os discursos sobre a sociedade cafeeira presentes nos livros didáticos: um estudo de textos e imagens em dois livros didáticos do Brasil contemporâneo  
Marlene Cainelli, Talyta da Silva Selari  
Poder e patrimônio histórico: possibilidades de diálogo entre Educação Histórica e Educação Patrimonial no Ensino Médio  
Giovanna Aparecida Schittini dos Santos  
Educação patrimonial e formação continuada de professores: uma experiência a partir da exposição “Pré-história nos vales dos rios Chapecó e Irani”  
Elison Antonio Paim, Enelice Pansera, Mirian Carbonera  
A canção vai à escola: perspectivas da Educação Histórica  
Luciano de Azambuja, Maria Auxiliadora Schmidt  
Tradição, passado e memória: o saber dos transeuntes do calçadão sobre a história da cidade  
Sandra Regina Ferreira de Oliveira, Izadora Maleski Serrano Alves, Pamêlla Daiane Oliveira Costa  
"Novas” e “diferentes” linguagens e o ensino de História: construindo significados para a formação de professores  
Nucia Alexandra Silva de Oliveira  
Pesquisando sítios arqueológicos: História e Patrimônio na sala de aula  
Flávia Eloisa Caimi, Francielle Moreira Cassol  

Entrevista

Entrevista com o professor Rodolfo Pantel  
Lucas Söhn Albuquerque, Matheus Reiser Müller  

Resenhas

Educação Histórica: um campo repleto de possibilidades de investigação  
Flavia Gomes da Silva Riger  
Documentários e animações produzidos no LAPIS para uso na Educação Básica  
Henrique Luiz Pereira Oliveira  

segunda-feira, 16 de julho de 2012

XIV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA EM SANTA CATARINA E HOSPEDAGEM

Prezad@s participantes
Em nome da Comissão Organizadora informo que estão disponíveis, no sítio eletrônico do evento, informações sobre hospedagem em Florianópolis:
A partir da mesma página (na parte final) é possível preencher formulário de cadastro para hospedagem solidária, que é voltada a graduandos e pós-graduandos já inscritos ou com interesse em participar do evento. Ajudem a divulgar a iniciativa!
Cordialmente,
Janice Gonçalves
(Comissão Organizadora)

terça-feira, 10 de julho de 2012

DOSSIÊ CULTURA, RELIGIÃO E SACRALIDADE

Prezados, 
gostaria de solicitar a divulgação do Dossiê Cultura, Religião e Sacralidade da ANGELUS NOVUS (USP), organizado por Verônica Aguiar e por mim, Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Filho.
O endereço é:

Grato,
Eduardo.

LANÇAMENTO DA REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA E CIÊNCIAS SOCIAIS

A Revista Brasileira de História & Ciências Sociais – RBHCS – (ISSN 2175-3423), Qualis Capes B1 – A Nacional – informa que já está disponível sua última edição (Volume 4 - Número 7 - Julho de 2012) pelo site www.rbhcs.com

Cordialmente,
Conselho Editorial RBHCS

Adriana Vianna - Ufrj
Ana Silvia Volpi Scott - Unisinos
Carlos de Almeida Prado Bacellar - Usp
Denize Terezinha Leal Freitas - Ufrgs
Eliane Cristina Deckmann Fleck - Unisinos
Fernando Coutinho Cotanda - Ufrgs
Henrique Espada Lima - Ufsc
Jonathan Fachini da Silva - Unisinos
José Carlos da Silva Cardozo – Unisinos/Ufrgs
Maria Luiza Marcílio - Usp
Patrice Schuch - Ufrgs
Paulo dos Mártires Lopes Teodoro de Matos - Ucp
Rodrigo Stumpf González - Ufrgs
Silvia Maria Favero Arend - Udesc


Sumário

Artigos
Secularização e mercado religioso em Peter Berger.
Arilson Oliveira
A cruz que alumeia o mundo: narrativas memoráveis sobre os penitentes e a devoção à Cruz da Rufina, no sul do Ceará.
Cícero Joaquim dos Santos
Comemorações, memórias e documentos: uma hermenêutica da ideologia nacionalista na Revista do Instituto do Ceará do ano de 1903.
Ana Alice Miranda Menescal
Iracema, para além das expectativas. Ficionalização da História em José de Alencar.
Tito Barros Leal
Trabalho de rua, perseguições e resistências: Salvador no final do século XIX.
Bruno José Rodrigues Durães
Performances de gênero: masculinidade, fotografia e história.
Mara Rubia Sant’Anna-Muller; Renato Riffel
Capitalismo solidário e justiça social no trabalhismo de Alberto Pasqualini.
Samir Perrone de Miranda
Contrabando na fronteira meridional do Brasil – por fora e por dentro da Alfândega (1845-1889).
Mariana Flores da Cunha Thompson Flores
Invisíveis: negros nas memórias dos brancos.
Loraine Slomp Giron; Roberto Radünz

Resenha
O mercado do sexo urbano na contemporaneidade: uma contribuição da historiografia catarinense.
FÁVERI, Marlene de; SILVA, Janine Gomes da; PEDRO, Joana Maria. Prostituição em áreas urbanas: histórias do tempo presente. Florianópolis: Editora UDESC, 2010. 304p.
Anelise Rodrigues Machado de Araujo; Camila Serafim Daminelli

Uma aproximação a Ernst Troeltsch.
Díaz Cano, Eduardo. Una aproximación a Ernst Troeltsch. Madrid: Dykson-URJC, 2009, 399p.
Francisco de Assis Cordeiro da Silva

Published on 08/07/2012





domingo, 1 de julho de 2012

EVENTO EM CURITIBA/PR - JORNADA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES

I Jornadas de Estudos Interdisciplinares e Transnacionais
Dias 23 e 24 de agosto
UFPR - Curitiba-PR
Organização: 
- PGHIS - UFPR: Linha de Cultura e Poder (Profa. Helenice Rodrigues da Silva)  
- Grupo de Pesquisa CNPQ: 'História Intelectual, História dos Intelectuais e Historiografia'
 
PROPOSTA E OBJETIVOS:
Tendo por objetivo dar sequência aos diálogos, iniciados com pesquisadores estrangeiros, sobre “produção, circulação e transmissão das ideias e dos saberes”, em 2011, esta jornada de estudo propõe reunir um pequeno grupo de pesquisadores (nacionais e estrangeiros), das ciências humanas e sociais, que vêm trabalhando com esta problemática interdisciplinar. Nosso interesse, na organização das mesmas, reside no intercâmbio de conhecimento, no debate de ideias e no avanço metodológico e epistemológico de nossas pesquisas. Pelo próprio caráter do evento - jornada de estudo – os objetos a serem apresentados em 5 eixos temáticos. (ver programação)
 
A temática da circulação das ideias e dos saberes vem mobilizando a comunidade científica internacional, interessada em decriptar a nova paisagem histórica, tecnológica e mental inerente às profundas mutações destas últimas duas décadas. Inspiradas em novos paradigmas epistemológicos (das “identidades mundializadas”, da “historicidade” dos objetos, da pluralidade das abordagens), em novas grades de leitura (interacionismo, história cruzada, transversalidade...), as ciências humanas e sociais, em geral, e a história intelectual, em particular, se propuseram a pensar os fenômenos da mundialização do conhecimento, a partir das temáticas de deslocamentos, de transferências de ideias e de reconfiguração dos saberes. Evidentemente, o caráter transversal destes objetos de estudo, permitiu ultrapassar as fronteiras disciplinares e nacionais. Para além da pluridisciplinaridade, necessária à colaboração entre disciplinas e pesquisadores, a interdisciplinaridade se revelou fundamental na elaboração de problemáticas e de paradigmas comuns.
 
Tendo em vista a interpenetração intensa dos modelos culturais e dos sistemas de referência comuns, como interrogar a singularidade das ideias e dos modelos intelectuais “locais”? Como apreender as chamadas “transferências culturais” sem levar em conta as diferenças em termo das ordens do tempo e do espaço; em outras palavras, a historicidade própria aos diferentes espaços culturais? Como pensar, diante das transformações géopolíticas (e géo-econômicas), o parâmetro centro/periferia? Como ultrapassar a problemática da mobilidade das ideias e dos saberes, indo além do método crítico e heurístico (para a história intelectual) das “transferências culturais”?
Se a teoria das “transferências culturais”, possibilitando o abandono de um quadro epistemológico da historiografia nacional, abriu espaço para os estudos multilaterais, envolvendo os processos de inter-relações (intercâmbio, exportação, importação, apropriação, recepção de ideias, de modelos, de valores), por sua vez, sua metodologia se revelou insuficiente. Não permitindo apreender o contexto da reconfiguração do objeto transportado, as “transferências culturais” reforçaram “as aporias incitadas pelas perspectivas nacionais pre-estabelecidas”, segundo um dos seus especialistas.
Ora, esta nova etapa de análise (empírica e reflexiva) - a reconfiguração do saber - constitui um desafio às pesquisas atuais das ciências humanas e sociais. Como pensar a relação entre as disciplinas (e áreas do conhecimento) e os saberes constituidos? Se, as “transferências culturais” analisam os mecanismos de circulação das ideias entre diferentes espaços científicos internacionais, como analisar a reestruturação do novo objeto transplantado?





segunda-feira, 25 de junho de 2012

PRÊMIO ANPUH PARA TESES DE DOUTORAMENTO

Prezados Coordenadores dos PPGH e colegas das Seções Regionais,

por favor, divulguem nosso 3° Prêmio ANPUH para Teses de Doutoramento.
 

Atenciosamente,
Pablo Serrano
(Auxiliar Administrativo / ANPUH-Nacional)

CHAMADA DE ARTIGOS

REVISTA CONVERGÊNCIA CRÍTICA 
Revista do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Teoria Social – Universidade Federal Fluminense – Pólo Universitário de Campos dos Goytacazes

A Revista Convergência Crítica convida pesquisadoras e pesquisadores da área de Humanidades a participarem do Dossiê “Teoria Crítica Contemporânea” para a próxima edição.
Todo material recebido é submetido à avaliação da Comissão Editorial e de pareceristas externos. Os artigos serão publicados com uma licença livre, Creative Commons Atribuição Uso não-comercial, o que quer dizer que os artigos podem ser adaptados, copiados e distribuídos, desde que o autor seja citado e que não se faça uso comercial da obra.
A próxima edição receberá textos para seleção e publicação até o dia 31/08/2012. As instruções para publicação podem ser conferidas no site da Revista:
http://www.uff.br/periodicoshumanas/index.php/convergenciacritica/about/submissions#onlineSubmissions  . Como é praxe no periódico, os artigos devem ser submetidos nas línguas portuguesa ou espanhola.
Para mais informações, escreva-nos: rconvergenciacritica@gmail.com
Att.,
Profs. George Coutinho e Victor Gomes – Organizadores do Dossiê “Teoria Crítica Contemporânea” .
Submissões Online Já possui um login/senha de acesso à revista Convergência Crítica?Acesso Não
www.uff.br 
Revista Interdisciplinar de Ciências Sociais





SEMINÁRIO SOBRE RACISMO E EDUCAÇÃO

Boa tarde.

Informamos que o prazo para envio de trabalhos para o VIII Seminário Racismo e Educação & VII Seminário de Gênero, Raça e Etnia
,

que será realizado no período de 08 a 10 de novembro na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) campus Santa Mônica
foi prorrogado até dia 15 de julho de 2012.
 
Os artigos devem necessariamente tratar das temáticas pertinentes à educação das relações etnicorraciais e ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena, como preconizam as Leis Federais 10.639/03 e 11.645/08.

Trabalhos que não abordem tais temáticas não serão aceitos.
 
Os artigos devem ser enviados para o email:  seminarioneab2012@yahoo.com.br
 
Maiores informações no site www.seminario.neab.ufu.br

Att,
Comissão Organizadora
www.seminario.neab.ufu.br
(34)3239-4543

EVENTO DE HISTÓRIA...

I Jornada de Estudos Interdisiciplinares e Transnacionais
Circulação de Ideias e Reconfiguração dos Saberes
 
Organizado pela Profa. Helenice Rodrigues da Silva
 
 
Ajudem-nos a divulgar!

III CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA

Colegas estão abertas as inscrições para submissão de trabalhos na
modalidade comunicação coordenada e pôster ao III Congresso
Internacional de História: História e Diversidade Cultural.
O III Congresso Internacional será realizado no período de 25 a 27 de
setembro no Campus de Jataí da UFG.
Neste momento estamos intensificando a divulgação do Congresso e
solicitamos aos Colegas que nos ajudem nesta missão repassando esta
informação em suas listas de contatos.
Lembro que a página do Congresso: www.congressohistoriajatai.org
traz
todas as informações, mas qualquer dúvida, por favor, escrevam para
que possamos dirimi-las.

CHAMADA DE ARTIGOS

Caros leitores:

ALBUQUERQUE, Revista de História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ISSN
1983-9472), inicia chamada aos interessados em apresentar artigos para os seus números
8, 9 e 10.

Em anexo, enviamos o edital de chamada para contribuições, contendo os temas que
integrarão os respectivos números, as datas limite para envio de trabalhos e as normas
editoriais da revista.

Agradecemos a difusão da presente chamada.

Cordialmente

CARLOS MARTINS JUNIOR
Coordenador
revistaalbuquerque@cpaq.ufms.br
carlos.martins@ufms.br

quinta-feira, 17 de maio de 2012

INSCRIÇÃO DE CHAPAS ANPUH/SEÇÃO SC

Eleições para a Diretoria e o Conselho Fiscal da ANPUH-Seção SC, Gestão 2012-2014

PRAZO PARA INSCRIÇÃO DE CHAPAS
...
Prezad@s associad@s

O prazo para inscrição de chapas para a Diretoria e o Conselho Fiscal do biênio 2012-2014 se encerra em 19 de maio próximo. Os documentos para a inscrição poderão ser enviados por e-mail, devidamente digitalizados.

Até o presente momento, nenhuma chapa foi inscrita.

Cabe alertar que, em cumprimento ao Estatuto da ANPUH-Seção SC (http://www.anpuh-sc.org.br/estatuto_atual.htm), que veda a eleição consecutiva, por mais de uma vez, de membros da Diretoria (Art. 20), nem a atual Diretora (Vice-Diretora na gestão anterior) nem a atual Primeira Tesoureira (Secretária Geral na gestão anterior) poderão continuar na Diretoria ou atuar no Conselho Fiscal.
O atual Secretário Geral foi membro do Conselho Fiscal na gestão anterior.
Nenhum outro membro da Diretoria da presente gestão tenciona continuar a atuar na próxima gestão.
Mas é certo que os membros da Diretoria na gestão 2010-2012 estarão disponíveis para todos os esclarecimentos e apoios possíveis na fase de transição para a próxima gestão.

Assim sendo, convidamos associados e associadas para que inscrevam chapas, apresentando propostas de ação para sua entidade - se a ANPUH-Seção SC é realmente importante para nós, não pode deixar de ter uma nova Diretoria e um novo Conselho Fiscal.

Também cabe o alerta, para a montagem das chapas, quanto à necessidade de contatos cotidianos entre diretor(a), secretário(a) geral e primeiro(a) tesoureiro(a), bem como sua presença mais regular na sede, em Florianópolis.

Abaixo, o Regimento Eleitoral (http://www.anpuh-sc.org.br/regimento_eleitoral.htm).

Cordialmente,
Janice Gonçalves
(Diretora da ANPUH-Seção SC - Gestão 2010-2012)
Ver mais

MULHERES E OS DIREITOS POLÍTICOS NO BRASIL

As mulheres e os direitos políticos no Brasil *
Por Augusto C. Buonicore **


É preciso sempre lembrar as situações degradantes que viveram as mulheres
durante séculos e a luta persistente que travaram para, finalmente,
conseguirem se firmar como cidadãs. É claro que muito ainda falta a ser
conquistado, mas olhando para trás vemos o quanto já se caminhou.
No Brasil, por exemplo, as mulheres apenas puderam se matricular em
estabelecimentos de ensino em 1827. O direito a cursar uma faculdade só foi
adquirido cerca de 50 anos depois. Apenas em 1887 o país formaria sua
primeira médica. As primeiras mulheres que ousaram dar esse passo rumo à sua
autonomia e profissionalização foram socialmente segregadas.
O primeiro Código Civil brasileiro, aprovado em 1916, reafirmou muitas das
discriminações contra a mulher. Escreveu a professora Lígia Quartim de
Moraes: "Com o casamento, a mulher perdia sua capacidade civil plena. Cabia
ao marido a autorização para que ela pudesse trabalhar, realizar transações
financeiras e fixar residência. Além disso, o Código Civil punia severamente
a mulher vista como 'desonesta', considerava a não virgindade da mulher como
motivo de anulação do casamento (...) e permitia que a filha suspeita de
'desonestidade', isto é, manter relações sexuais fora do casamento, fosse
deserdada". As mulheres casadas - ou sob o pátrio poder - eram consideradas
incapazes juridicamente, como as crianças, os portadores de deficiência
mental, os mendigos e os índios.
Desde a formação da sociedade brasileira, as mulheres foram excluídas de
todo e qualquer direito político. Por exemplo, a Carta Outorgada do Império
(1824) e a primeira Constituição da República (1891) não lhes concederam o
direito de votar e nem de serem votadas. Uma situação que persistiria até as
primeiras décadas do século XX. Eram, portanto, consideradas cidadãs de
segunda categoria.
Nesse período sombrio elas não se calaram. No entanto, só muito recentemente
a história da resistência feminina começou a ser desvendada pela
historiografia. As mulheres lutaram pelo direito à Educação e pelos seus
direitos civis e políticos. Também se envolveram nos grandes movimentos que
ajudaram a construir a nação, como as lutas pela independência, a campanha
abolicionista, a proclamação da República etc.
A primeira feminista brasileira de que se tem notícia foi a potiguar Nísia
Floresta (1809-1885). Ela se destacou como educadora, criando e dirigindo
diversas escolas femininas no país. Considerava a educação o primeiro passo
para a emancipação da mulher. Traduziu e publicou o manifesto feminista de
Mary Wollstonecraft - Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens. Após
ter permanecido 28 anos na Europa, ao voltar para o Brasil, apoiou o
movimento abolicionista e republicano. Nísia foi uma pessoa muito à frente
de seu tempo.
A imprensa alternativa feminina, surgida em meados do século XIX, foi, no
entanto, o embrião do movimento de mulheres. Em 1852, a jornalista Juana
Noronha fundou e dirigiu o primeiro jornal produzido por mulheres - o Jornal
das Senhoras. No ano de 1873, a professora Francisca Motta Diniz fundou o
jornal O sexo feminino. Em um de seus editoriais afirmava: "Não sabemos em
que grande república ou republiqueta a mulher deixe de ser escrava e goze de
direitos políticos, como o de votar e ser votada. O que é inegável é que em
todo o mundo, bárbaro e civilizado, a mulher é escrava". O jornal se
envolveria na grande campanha pela abolição da escravatura.
Inúmeros outros jornais femininos surgiriam. A maior parte deles teve vida
curta, e mesmo não sendo revolucionários ou ao menos abertamente feministas,
ajudaram a conscientizar as mulheres sobre o papel subalterno que lhes
destinava então a sociedade. Este texto se concentrará na luta das mulheres
pelos direitos políticos, especialmente o direito de votar e serem votadas.


A República Velha e os direitos das mulheres


Desde meados do século XIX, as mulheres começaram a tentar romper o cerco
que as envolvia e a conquistar seus direitos políticos. O voto feminino foi
um dos temas tratados pelos deputados que elaboraram a 1ª Constituição
Republicana (1891). Contudo, o texto final acabou não deixando clara a
situação política da mulher. Ele não proibia explicitamente o voto feminino,
mas também não o garantia de maneira cristalina. A ambiguidade de sua
redação possibilitou que a grande maioria dos legisladores e o próprio poder
judiciário interpretassem ao seu bel prazer o que pretendiam os
constituintes. Isso excluiu as mulheres do processo político-eleitoral por
vários anos.
As argumentações dos antifeministas radicais eram as mais execráveis. O
deputado Tito Lívio afirmou que as mulheres tinham "cérebros infantis" e
seriam portadoras de "inferioridade mental" e "retardo evolutivo" em relação
aos homens. Lacerda Coutinho, por sua vez, disse que "as mulheres tinham
funções (biológicas) que os homens não tinham e essas funções eram tão
delicadas (...) que bastava a menor perturbação nervosa, um susto, um
momento de excitação, para que elas se pervertessem".
A maioria dos opositores ao voto feminino argumentava de maneira diferente.
Sustentava a superioridade moral da mulher e, justamente por isso, ela seria
incompatível com a política. A mulher deveria ser protegida pela sociedade
deste mal. Deus e/ou a natureza haviam reservado a ela outro papel, mais
nobre, o de "rainha do lar". Essa, por exemplo, era a visão dos
positivistas.
Já as mulheres leram o texto constitucional de outra forma. Se ele
explicitava os que estavam excluídos (mendigos, analfabetos, índios, praças
de pré e religiosos de ordens monásticas sujeitos a voto de obediência) e
entre eles não se encontrava referência às mulheres, isso era uma
comprovação de que o voto feminino não havia sido vetado.
Essa pequena brecha foi usada para tentar romper o dique. Ao longo dos anos,
várias mulheres, em diversas regiões do país, tentaram se alistar como
eleitoras. Em 1910, diante das constantes recusas, algumas mulheres de
vanguarda fundaram o Partido Republicano Feminino. Ainda que pequeno, ele
mostrava o grau de consciência e organização atingido pelas mulheres
brasileiras no início do século XX.
Entre suas fundadoras estavam a professora Leolinda Daltro e a escritora
Gilka Machado. Esse aguerrido partido chegou a promover em novembro de 1917 uma passeata com quase 100 mulheres no centro do Rio de Janeiro. Não deixava de ser uma pequena revolução. No mesmo ano, o deputado socialista Maurício e Lacerda apresentou um projeto estabelecendo o voto feminino, que não chegou a ser apreciado pela Câmara.
Naquela época, outra personagem entrou em cena: Bertha Lutz. Filha de um
dos mais renomados cientistas brasileiros, Adolfo Lutz, estudou na Sorbonne
e formou-se em Biologia. Na França entrou em contato com as ideias
feministas que fervilhavam em solo europeu.
De volta ao Brasil, em 1918, imediatamente envolveu-se na luta pelo voto
feminino. Na influente Revista da Semana afirmou: "As mulheres russas,
finlandesas, dinamarquesas e inglesas (...) já partilham ou brevemente
partilharão do governo, não só contribuindo com o voto como podendo ser elas
próprias eleitas para o exercício do Poder Legislativo (...). Só as mulheres
morenas continuam, não direi cativas, mas subalternas (...). Todos os dias
se leem nos jornais e nas revistas do Rio apreciações deprimentes sobre a
mulher. Não há, talvez, cidade no mundo onde menos se respeite a mulher".
Pertencente à elite econômica, política e intelectual brasileira, Bertha
Lutz teve algumas condições para a sua atuação que outras não tiveram. No
ano seguinte (1919), foi indicada pelo governo brasileiro para participar da
reunião do Conselho Feminino da Organização Internacional do Trabalho. Ali
foi aprovado o princípio de salário igual para trabalho igual, sem distinção
de sexo. Ela também representou o país na I Conferência Pan-Americana da
Mulher, realizada em abril de 1922.
Nos Estados Unidos, onde se realizou esse encontro, conheceu Carrie Chapman
Catt. Esta representava uma corrente menos radical do movimento feminista
internacional e condenava os métodos radicais das sufragistas europeias,
especialmente britânicas. Bertha Lutz, numa entrevista, afirmou que a
orientação da senhora Carrie era "muito salutar, pois o movimento nos
Estados Unidos tem sido muito digno e completamente alheio aos métodos
violentos empregados por alguns países europeus". Esses métodos pacíficos se
adequavam mais à condição social das feministas brasileiras daquele tempo.
Ainda em 1922, Bertha organizou o 1º Congresso Feminista e fundou a
Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Esta foi a primeira
entidade feminista brasileira com expressão nacional e internacional. Entre
os seus objetivos estavam: "assegurar à mulher os direitos políticos que a
nossa constituição lhe confere" e "estreitar os laços de amizade com os
demais países americanos a fim de garantir a manutenção perpétua da paz e da
justiça no Hemisfério Ocidental". A referência ao "hemisfério ocidental" não
era casual e refletia a ideologia predominante no movimento.
Um congresso jurídico realizado no Rio de Janeiro aprovou por 28 votos
contra apenas 4 resoluções que diziam: "1º) A mulher não é, moral nem
intelectualmente, inapta para o exercício dos direitos políticos; 2º) Em
face da Constituição Federal, não é proibido às mulheres o exercício dos
direitos políticos". Rui Barbosa também passara a defender a tese da
constitucionalidade do voto feminino.



Uma garota do barulho



Entre os nomes femininos que cabe ainda destacar neste conturbado ano de
1922 é o da combativa estudante Diva Nolf Nazário. Na Faculdade de Direito
do Largo de São Francisco, onde estudava, defendeu, contra a maioria de seus
pares, o simples direito de votar na eleição do diretório acadêmico XI de
Agosto. Consciente da situação inferior que se encontravam as mulheres,
participou ativamente da fundação da Aliança Paulista pelo Sufrágio
Universal, tendo sido sua secretária-geral.
Convencida da constitucionalidade do voto feminino, ela tentou se registrar
como eleitora. Para isso, fez uma verdadeira peregrinação por vários órgãos
públicos. Chegou mesmo, depois de muita insistência, a conseguir um registro
eleitoral provisório. Contudo, o parecer do juiz eleitoral foi-lhe
desfavorável.
Escreveu o magistrado: "Entendem, por certo, a maioria dos nossos
representantes que (...) não era ainda o momento de romper com as tradições
do nosso direito, segundo as quais as palavras 'cidadãos brasileiros',
empregadas nas leis eleitorais, designam sempre cidadãos do sexo masculino".
Para ele as atribuições plenas da cidadania se vinculavam às "energias e
veemências próprias da organização viril". A mulher seria uma criatura
"destinada a dividir harmonicamente com o homem a responsabilidade da vida
em comum, ela, na tranquilidade do lar, cuidando da ordem doméstica, ele, no
trabalho cotidiano, auferindo meios de prover a subsistência da família".
Diva recorreu da decisão e seu pedido foi indeferido. O caso repercutiu
nacionalmente e ganhou as páginas dos principais jornais.
No ano seguinte, 1923, ela publicou Voto Feminino e Feminismo, no qual
apresentou sua luta e as diversas posições existentes em relação ao sufrágio
feminino, através de artigos publicados na imprensa daquela época. O livro,
cuja edição fac-similar antecede este texto, é referência obrigatória para
aqueles que desejam pesquisar o movimento feminista no início do século XX.



A crise do Estado Oligárquico e o avanço feminista



No Congresso Nacional também crescia o número de parlamentares favoráveis ao
voto feminino. Alguns projetos chegaram mesmo a ser aprovados nas comissões
e em primeira votação nas duas casas legislativas. Nas eleições
presidenciais de 1922, a vitória eleitoral de Arthur Bernardes - um opositor
do voto feminino - representou um duro golpe para os objetivos da FBPF. Seu
governo foi marcado pelas rebeliões tenentistas, o permanente estado de
sítio e perseguições políticas a seus opositores.
Washington Luís, eleito presidente em 1926, incluiu em sua plataforma
eleitoral o voto feminino. Sua vitória animou as militantes feministas. A
luta foi retomada dentro e fora do parlamento. O estopim foi a proposta de
realização de uma reforma eleitoral. Novamente foram apresentados projetos
que garantiam o voto às mulheres e as Comissões de Justiça deram pareceres
favoráveis a eles.
As entidades femininas fizeram um abaixo-assinado com mais de duas mil
assinaturas, em geral de mulheres de projeção social. Uma comissão passou a
acompanhar de perto o trabalho parlamentar. Tudo indicava que, desta vez, a
situação seria resolvida favoravelmente às mulheres.
Contudo, o projeto que instituía o voto feminino acabou não sendo votado,
pois dois senadores apresentaram emendas desfigurando-o. Uma das emendas
elevava a idade mínima para votação e eleição de 21 para 35 anos, com o
objetivo de evitar que "meninas de pouca idade" fossem eleitas para o
Congresso. A outra emenda também estabelecia o voto diferenciado para
mulheres, em que se afirmava: "Podem votar e ser votadas (...) as mulheres
diplomadas com títulos científicos e de professora, que não estiverem sob
poder marital nem paterno". A matéria voltou para a Comissão de Justiça que
rejeitou as emendas. O projeto entrou em lista de espera para nova votação,
que nunca ocorreria.
O dique, no entanto, começara a ser rompido. Juvenal Lamartine havia sido um
dos senadores que mais defenderam a proposta do direito de voto para as
mulheres e, por isso mesmo, foi apoiado por elas na sua campanha ao governo
do Rio Grande do Norte. Antes mesmo de tomar posse, solicitou que seus
correligionários na Assembleia Legislativa aprovassem o projeto que
estabelecia o voto feminino. Assim, as mulheres potiguares foram as
primeiras a usufruir desse direito, bem como foram as primeiras mulheres a
assumirem cargos no legislativo e executivo no país. Júlia Alves Barbosa foi
eleita intendente (vereadora) em Natal e Alzira Soriano eleita prefeita em
Lajes, ambos municípios do Rio Grande do Norte.
Em 1927, os votos femininos contabilizados na eleição para o Senado foram
cassados pela Comissão de Poderes do Congresso Nacional. Segundo essa
Comissão, as mulheres poderiam votar apenas nas eleições para as Câmaras
Municipais e Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, mas não nas
eleições federais. A FBPF, em protesto, lançou um duro Manifesto à Nação.
Ficava cada vez mais claro para muitas mulheres que não seria aquele sistema
decadente que garantiria o seu direito ao voto.
A direção da FBPF procurava tomar distância da política partidária - embora
tivesse ligação com setores das oligarquias presentes no poder. Quando
Nathércia Silveira, dirigente nacional, se envolveu abertamente na campanha
de Getúlio Vargas, teve que se afastar da entidade. Logo após a vitória da
Revolução de 1930, ela fundou a Aliança Nacional de Mulheres (ANM) que
congregou mais de 3 mil filiadas e procurou dar sustentação política e
social ao novo regime.



A Revolução de 1930 e a conquista do voto feminino



A primeira proposta de código eleitoral feita pelo governo provisório de
Vargas ainda limitava o voto feminino, determinando que só poderiam votar as
mulheres solteiras e viúvas acima de 21 anos e, as casadas, apenas com
autorização dos maridos. Houve uma grande campanha unificada entre a ANM e a FBPF para derrubar tais restrições. As líderes feministas se encontraram
pessoalmente com Vargas e tiveram então suas reivindicações atendidas.
O novo Código Eleitoral, promulgado em fevereiro de 1932, garantiu-lhes o
direito de votar e serem votadas. Essa prerrogativa seria exercida, pela
primeira vez, na eleição da Assembleia Nacional Constituinte de 1934, quando
o Brasil se tornou o quarto país das Américas a estabelecer o voto feminino.
Antes dele, haviam-no concedido o Canadá, Estados Unidos e Equador.
A paulista Carlota Pereira de Queiróz (foto ao lado) foi a primeira mulher
eleita para a Câmara dos Deputados. Formada em Medicina, era também uma
representante destacada da elite paulista. Berta Lutz, apesar de seu
esforço, não conseguiu se eleger pelo Rio de Janeiro. Ela ficaria na
primeira suplência. Alagoas, Bahia, Sergipe, São Paulo e Amazonas elegeram
deputadas estaduais. O Sul teria que esperar um pouco mais.
Vargas indicou Bertha e Nathércia, como representantes das mulheres
brasileiras, para a comissão especial encarregada de elaborar a proposta de
constituição federal que seria apreciada pelo Congresso - um fato inédito na
história política brasileira. A Constituição de 1934 iria estabelecer
claramente, sem ambiguidade, o direito de voto para as mulheres. Bertha
assumiria, finalmente, sua vaga na Câmara dos Deputados, em 1936.
Naquela conjuntura de crise cresceu a influência da esquerda entre as
mulheres. Como resultado, em 1934, foi fundada a União Feminina. Ela se
integraria à Aliança Nacional Libertadora (ANL), que tinha participação de
socialistas, comunistas e anti-imperialistas. Após a cassação desta entidade
e do esmagamento do levante aliancista, ocorrido em novembro de 1935, as
principais dirigentes da União Feminina foram presas. Em seguida, a FBPF e
demais entidades femininas sofreriam um duro golpe com a criação do Estado
Novo em 1937. Com a ausência de democracia, o movimento feminino sofreu
forte impacto e um refluxo involuntário.
As operárias, embora tivessem grande atuação nas greves pelas campanhas
salariais e de melhores condições de trabalho, não tiveram grande atuação na
luta pelos direitos políticos. Isso refletia vicissitudes do movimento
operário brasileiro daquela época. Os anarquistas, força hegemônica até
meados da década de 1920, negavam a importância da atuação política
institucional e não se incorporaram na luta pelo sufrágio universal, que
consideravam improcedente. O próprio Partido Comunista, criado em 1922,
ainda padecia de certo obreirismo e pouquíssima inserção junto às mulheres,
mesmo as trabalhadoras.
Assim, a luta pelo sufrágio feminino foi travada fundamentalmente pelos
setores de vanguarda da burguesia e da pequena burguesia urbana. Isso teve
consequências na ideologia e nas formas de organização e de luta do
movimento feminista brasileiro do início do século XX. Sem bases sociais
populares, não se produziu uma forte corrente de esquerda como aconteceu em
alguns países europeus.
Apesar desses limites, podemos afirmar que sem a ação decidida de mulheres
como Berta Lutz e Diva Nolf, não seria possível falar em democracia e
cidadania no Brasil. Por isso, seus nomes deveriam constar num lugar de
honra dos nossos livros de história, rompendo assim com a situação de
invisibilidade que o mundo burguês masculino procurou condená-las.



* Posfácio ao livro Voto Feminino & Feminismo de Diva Nolf Nazario,
Imprensa Oficial



** Augusto C. Buonicore, historiador e mestre em Ciência Política pela
Unicamp, secretário-geral da Fundação Maurício Grabois. Autor do livro
Marxismo, história e Revolução Burguesa: Encontros e desencontros, ed.Anita
Garibaldi.