domingo, 1 de julho de 2012

EVENTO EM CURITIBA/PR - JORNADA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES

I Jornadas de Estudos Interdisciplinares e Transnacionais
Dias 23 e 24 de agosto
UFPR - Curitiba-PR
Organização: 
- PGHIS - UFPR: Linha de Cultura e Poder (Profa. Helenice Rodrigues da Silva)  
- Grupo de Pesquisa CNPQ: 'História Intelectual, História dos Intelectuais e Historiografia'
 
PROPOSTA E OBJETIVOS:
Tendo por objetivo dar sequência aos diálogos, iniciados com pesquisadores estrangeiros, sobre “produção, circulação e transmissão das ideias e dos saberes”, em 2011, esta jornada de estudo propõe reunir um pequeno grupo de pesquisadores (nacionais e estrangeiros), das ciências humanas e sociais, que vêm trabalhando com esta problemática interdisciplinar. Nosso interesse, na organização das mesmas, reside no intercâmbio de conhecimento, no debate de ideias e no avanço metodológico e epistemológico de nossas pesquisas. Pelo próprio caráter do evento - jornada de estudo – os objetos a serem apresentados em 5 eixos temáticos. (ver programação)
 
A temática da circulação das ideias e dos saberes vem mobilizando a comunidade científica internacional, interessada em decriptar a nova paisagem histórica, tecnológica e mental inerente às profundas mutações destas últimas duas décadas. Inspiradas em novos paradigmas epistemológicos (das “identidades mundializadas”, da “historicidade” dos objetos, da pluralidade das abordagens), em novas grades de leitura (interacionismo, história cruzada, transversalidade...), as ciências humanas e sociais, em geral, e a história intelectual, em particular, se propuseram a pensar os fenômenos da mundialização do conhecimento, a partir das temáticas de deslocamentos, de transferências de ideias e de reconfiguração dos saberes. Evidentemente, o caráter transversal destes objetos de estudo, permitiu ultrapassar as fronteiras disciplinares e nacionais. Para além da pluridisciplinaridade, necessária à colaboração entre disciplinas e pesquisadores, a interdisciplinaridade se revelou fundamental na elaboração de problemáticas e de paradigmas comuns.
 
Tendo em vista a interpenetração intensa dos modelos culturais e dos sistemas de referência comuns, como interrogar a singularidade das ideias e dos modelos intelectuais “locais”? Como apreender as chamadas “transferências culturais” sem levar em conta as diferenças em termo das ordens do tempo e do espaço; em outras palavras, a historicidade própria aos diferentes espaços culturais? Como pensar, diante das transformações géopolíticas (e géo-econômicas), o parâmetro centro/periferia? Como ultrapassar a problemática da mobilidade das ideias e dos saberes, indo além do método crítico e heurístico (para a história intelectual) das “transferências culturais”?
Se a teoria das “transferências culturais”, possibilitando o abandono de um quadro epistemológico da historiografia nacional, abriu espaço para os estudos multilaterais, envolvendo os processos de inter-relações (intercâmbio, exportação, importação, apropriação, recepção de ideias, de modelos, de valores), por sua vez, sua metodologia se revelou insuficiente. Não permitindo apreender o contexto da reconfiguração do objeto transportado, as “transferências culturais” reforçaram “as aporias incitadas pelas perspectivas nacionais pre-estabelecidas”, segundo um dos seus especialistas.
Ora, esta nova etapa de análise (empírica e reflexiva) - a reconfiguração do saber - constitui um desafio às pesquisas atuais das ciências humanas e sociais. Como pensar a relação entre as disciplinas (e áreas do conhecimento) e os saberes constituidos? Se, as “transferências culturais” analisam os mecanismos de circulação das ideias entre diferentes espaços científicos internacionais, como analisar a reestruturação do novo objeto transplantado?





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