I Jornadas de Estudos Interdisciplinares e Transnacionais
Dias 23 e 24 de agosto
UFPR - Curitiba-PR
Organização:
- PGHIS - UFPR: Linha de Cultura e Poder (Profa. Helenice Rodrigues da Silva)
- Grupo de Pesquisa CNPQ: 'História Intelectual, História dos Intelectuais e Historiografia'
PROPOSTA E
OBJETIVOS:
Tendo por objetivo dar sequência aos diálogos, iniciados com pesquisadores estrangeiros, sobre “produção, circulação e transmissão das ideias e dos saberes”, em 2011, esta jornada de estudo propõe reunir um pequeno grupo de pesquisadores (nacionais e estrangeiros), das ciências humanas e sociais, que vêm trabalhando com esta problemática interdisciplinar. Nosso interesse, na organização das mesmas, reside no intercâmbio de conhecimento, no debate de ideias e no avanço metodológico e epistemológico de nossas pesquisas. Pelo próprio caráter do evento - jornada de estudo – os objetos a serem apresentados em 5 eixos temáticos. (ver programação)
Tendo por objetivo dar sequência aos diálogos, iniciados com pesquisadores estrangeiros, sobre “produção, circulação e transmissão das ideias e dos saberes”, em 2011, esta jornada de estudo propõe reunir um pequeno grupo de pesquisadores (nacionais e estrangeiros), das ciências humanas e sociais, que vêm trabalhando com esta problemática interdisciplinar. Nosso interesse, na organização das mesmas, reside no intercâmbio de conhecimento, no debate de ideias e no avanço metodológico e epistemológico de nossas pesquisas. Pelo próprio caráter do evento - jornada de estudo – os objetos a serem apresentados em 5 eixos temáticos. (ver programação)
A temática
da circulação das ideias e dos saberes vem mobilizando a comunidade científica
internacional, interessada em decriptar a nova paisagem histórica, tecnológica e
mental inerente às profundas mutações destas últimas duas décadas. Inspiradas em
novos paradigmas epistemológicos (das “identidades mundializadas”, da
“historicidade” dos objetos, da pluralidade das abordagens), em novas grades de
leitura (interacionismo, história cruzada, transversalidade...), as ciências
humanas e sociais, em geral, e a história intelectual, em particular, se
propuseram a pensar os fenômenos da mundialização do conhecimento, a partir das temáticas de deslocamentos, de
transferências de ideias e de reconfiguração dos saberes. Evidentemente, o
caráter transversal destes objetos de estudo, permitiu ultrapassar as fronteiras
disciplinares e nacionais. Para além da pluridisciplinaridade, necessária à
colaboração entre disciplinas e pesquisadores, a interdisciplinaridade se
revelou fundamental na elaboração de problemáticas e de paradigmas comuns.
Tendo em vista a
interpenetração intensa dos modelos culturais e dos sistemas de referência
comuns, como interrogar a singularidade das ideias e dos modelos intelectuais “locais”? Como apreender as
chamadas “transferências culturais” sem levar em conta as diferenças em termo
das ordens do tempo e do espaço; em outras palavras, a historicidade própria aos
diferentes espaços culturais? Como pensar, diante das transformações
géopolíticas (e géo-econômicas), o parâmetro centro/periferia? Como ultrapassar
a problemática da mobilidade das ideias e dos saberes, indo além do método
crítico e heurístico (para a história intelectual) das “transferências
culturais”?
Se a teoria das
“transferências culturais”, possibilitando o abandono de um quadro
epistemológico da historiografia nacional, abriu espaço para os estudos
multilaterais, envolvendo os processos de inter-relações (intercâmbio,
exportação, importação, apropriação, recepção de ideias, de modelos, de
valores), por sua vez, sua metodologia se revelou insuficiente. Não permitindo apreender o
contexto da reconfiguração do objeto transportado, as “transferências culturais”
reforçaram “as aporias incitadas pelas perspectivas nacionais
pre-estabelecidas”, segundo um dos seus especialistas.
Ora, esta nova etapa de
análise (empírica e reflexiva) - a reconfiguração do saber - constitui um
desafio às pesquisas atuais das ciências humanas e sociais. Como pensar a
relação entre as disciplinas (e áreas do conhecimento) e os saberes
constituidos? Se, as “transferências culturais” analisam os mecanismos de
circulação das ideias entre diferentes espaços científicos internacionais, como
analisar a reestruturação do novo objeto
transplantado?
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