quinta-feira, 17 de maio de 2012

INSCRIÇÃO DE CHAPAS ANPUH/SEÇÃO SC

Eleições para a Diretoria e o Conselho Fiscal da ANPUH-Seção SC, Gestão 2012-2014

PRAZO PARA INSCRIÇÃO DE CHAPAS
...
Prezad@s associad@s

O prazo para inscrição de chapas para a Diretoria e o Conselho Fiscal do biênio 2012-2014 se encerra em 19 de maio próximo. Os documentos para a inscrição poderão ser enviados por e-mail, devidamente digitalizados.

Até o presente momento, nenhuma chapa foi inscrita.

Cabe alertar que, em cumprimento ao Estatuto da ANPUH-Seção SC (http://www.anpuh-sc.org.br/estatuto_atual.htm), que veda a eleição consecutiva, por mais de uma vez, de membros da Diretoria (Art. 20), nem a atual Diretora (Vice-Diretora na gestão anterior) nem a atual Primeira Tesoureira (Secretária Geral na gestão anterior) poderão continuar na Diretoria ou atuar no Conselho Fiscal.
O atual Secretário Geral foi membro do Conselho Fiscal na gestão anterior.
Nenhum outro membro da Diretoria da presente gestão tenciona continuar a atuar na próxima gestão.
Mas é certo que os membros da Diretoria na gestão 2010-2012 estarão disponíveis para todos os esclarecimentos e apoios possíveis na fase de transição para a próxima gestão.

Assim sendo, convidamos associados e associadas para que inscrevam chapas, apresentando propostas de ação para sua entidade - se a ANPUH-Seção SC é realmente importante para nós, não pode deixar de ter uma nova Diretoria e um novo Conselho Fiscal.

Também cabe o alerta, para a montagem das chapas, quanto à necessidade de contatos cotidianos entre diretor(a), secretário(a) geral e primeiro(a) tesoureiro(a), bem como sua presença mais regular na sede, em Florianópolis.

Abaixo, o Regimento Eleitoral (http://www.anpuh-sc.org.br/regimento_eleitoral.htm).

Cordialmente,
Janice Gonçalves
(Diretora da ANPUH-Seção SC - Gestão 2010-2012)
Ver mais

MULHERES E OS DIREITOS POLÍTICOS NO BRASIL

As mulheres e os direitos políticos no Brasil *
Por Augusto C. Buonicore **


É preciso sempre lembrar as situações degradantes que viveram as mulheres
durante séculos e a luta persistente que travaram para, finalmente,
conseguirem se firmar como cidadãs. É claro que muito ainda falta a ser
conquistado, mas olhando para trás vemos o quanto já se caminhou.
No Brasil, por exemplo, as mulheres apenas puderam se matricular em
estabelecimentos de ensino em 1827. O direito a cursar uma faculdade só foi
adquirido cerca de 50 anos depois. Apenas em 1887 o país formaria sua
primeira médica. As primeiras mulheres que ousaram dar esse passo rumo à sua
autonomia e profissionalização foram socialmente segregadas.
O primeiro Código Civil brasileiro, aprovado em 1916, reafirmou muitas das
discriminações contra a mulher. Escreveu a professora Lígia Quartim de
Moraes: "Com o casamento, a mulher perdia sua capacidade civil plena. Cabia
ao marido a autorização para que ela pudesse trabalhar, realizar transações
financeiras e fixar residência. Além disso, o Código Civil punia severamente
a mulher vista como 'desonesta', considerava a não virgindade da mulher como
motivo de anulação do casamento (...) e permitia que a filha suspeita de
'desonestidade', isto é, manter relações sexuais fora do casamento, fosse
deserdada". As mulheres casadas - ou sob o pátrio poder - eram consideradas
incapazes juridicamente, como as crianças, os portadores de deficiência
mental, os mendigos e os índios.
Desde a formação da sociedade brasileira, as mulheres foram excluídas de
todo e qualquer direito político. Por exemplo, a Carta Outorgada do Império
(1824) e a primeira Constituição da República (1891) não lhes concederam o
direito de votar e nem de serem votadas. Uma situação que persistiria até as
primeiras décadas do século XX. Eram, portanto, consideradas cidadãs de
segunda categoria.
Nesse período sombrio elas não se calaram. No entanto, só muito recentemente
a história da resistência feminina começou a ser desvendada pela
historiografia. As mulheres lutaram pelo direito à Educação e pelos seus
direitos civis e políticos. Também se envolveram nos grandes movimentos que
ajudaram a construir a nação, como as lutas pela independência, a campanha
abolicionista, a proclamação da República etc.
A primeira feminista brasileira de que se tem notícia foi a potiguar Nísia
Floresta (1809-1885). Ela se destacou como educadora, criando e dirigindo
diversas escolas femininas no país. Considerava a educação o primeiro passo
para a emancipação da mulher. Traduziu e publicou o manifesto feminista de
Mary Wollstonecraft - Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens. Após
ter permanecido 28 anos na Europa, ao voltar para o Brasil, apoiou o
movimento abolicionista e republicano. Nísia foi uma pessoa muito à frente
de seu tempo.
A imprensa alternativa feminina, surgida em meados do século XIX, foi, no
entanto, o embrião do movimento de mulheres. Em 1852, a jornalista Juana
Noronha fundou e dirigiu o primeiro jornal produzido por mulheres - o Jornal
das Senhoras. No ano de 1873, a professora Francisca Motta Diniz fundou o
jornal O sexo feminino. Em um de seus editoriais afirmava: "Não sabemos em
que grande república ou republiqueta a mulher deixe de ser escrava e goze de
direitos políticos, como o de votar e ser votada. O que é inegável é que em
todo o mundo, bárbaro e civilizado, a mulher é escrava". O jornal se
envolveria na grande campanha pela abolição da escravatura.
Inúmeros outros jornais femininos surgiriam. A maior parte deles teve vida
curta, e mesmo não sendo revolucionários ou ao menos abertamente feministas,
ajudaram a conscientizar as mulheres sobre o papel subalterno que lhes
destinava então a sociedade. Este texto se concentrará na luta das mulheres
pelos direitos políticos, especialmente o direito de votar e serem votadas.


A República Velha e os direitos das mulheres


Desde meados do século XIX, as mulheres começaram a tentar romper o cerco
que as envolvia e a conquistar seus direitos políticos. O voto feminino foi
um dos temas tratados pelos deputados que elaboraram a 1ª Constituição
Republicana (1891). Contudo, o texto final acabou não deixando clara a
situação política da mulher. Ele não proibia explicitamente o voto feminino,
mas também não o garantia de maneira cristalina. A ambiguidade de sua
redação possibilitou que a grande maioria dos legisladores e o próprio poder
judiciário interpretassem ao seu bel prazer o que pretendiam os
constituintes. Isso excluiu as mulheres do processo político-eleitoral por
vários anos.
As argumentações dos antifeministas radicais eram as mais execráveis. O
deputado Tito Lívio afirmou que as mulheres tinham "cérebros infantis" e
seriam portadoras de "inferioridade mental" e "retardo evolutivo" em relação
aos homens. Lacerda Coutinho, por sua vez, disse que "as mulheres tinham
funções (biológicas) que os homens não tinham e essas funções eram tão
delicadas (...) que bastava a menor perturbação nervosa, um susto, um
momento de excitação, para que elas se pervertessem".
A maioria dos opositores ao voto feminino argumentava de maneira diferente.
Sustentava a superioridade moral da mulher e, justamente por isso, ela seria
incompatível com a política. A mulher deveria ser protegida pela sociedade
deste mal. Deus e/ou a natureza haviam reservado a ela outro papel, mais
nobre, o de "rainha do lar". Essa, por exemplo, era a visão dos
positivistas.
Já as mulheres leram o texto constitucional de outra forma. Se ele
explicitava os que estavam excluídos (mendigos, analfabetos, índios, praças
de pré e religiosos de ordens monásticas sujeitos a voto de obediência) e
entre eles não se encontrava referência às mulheres, isso era uma
comprovação de que o voto feminino não havia sido vetado.
Essa pequena brecha foi usada para tentar romper o dique. Ao longo dos anos,
várias mulheres, em diversas regiões do país, tentaram se alistar como
eleitoras. Em 1910, diante das constantes recusas, algumas mulheres de
vanguarda fundaram o Partido Republicano Feminino. Ainda que pequeno, ele
mostrava o grau de consciência e organização atingido pelas mulheres
brasileiras no início do século XX.
Entre suas fundadoras estavam a professora Leolinda Daltro e a escritora
Gilka Machado. Esse aguerrido partido chegou a promover em novembro de 1917 uma passeata com quase 100 mulheres no centro do Rio de Janeiro. Não deixava de ser uma pequena revolução. No mesmo ano, o deputado socialista Maurício e Lacerda apresentou um projeto estabelecendo o voto feminino, que não chegou a ser apreciado pela Câmara.
Naquela época, outra personagem entrou em cena: Bertha Lutz. Filha de um
dos mais renomados cientistas brasileiros, Adolfo Lutz, estudou na Sorbonne
e formou-se em Biologia. Na França entrou em contato com as ideias
feministas que fervilhavam em solo europeu.
De volta ao Brasil, em 1918, imediatamente envolveu-se na luta pelo voto
feminino. Na influente Revista da Semana afirmou: "As mulheres russas,
finlandesas, dinamarquesas e inglesas (...) já partilham ou brevemente
partilharão do governo, não só contribuindo com o voto como podendo ser elas
próprias eleitas para o exercício do Poder Legislativo (...). Só as mulheres
morenas continuam, não direi cativas, mas subalternas (...). Todos os dias
se leem nos jornais e nas revistas do Rio apreciações deprimentes sobre a
mulher. Não há, talvez, cidade no mundo onde menos se respeite a mulher".
Pertencente à elite econômica, política e intelectual brasileira, Bertha
Lutz teve algumas condições para a sua atuação que outras não tiveram. No
ano seguinte (1919), foi indicada pelo governo brasileiro para participar da
reunião do Conselho Feminino da Organização Internacional do Trabalho. Ali
foi aprovado o princípio de salário igual para trabalho igual, sem distinção
de sexo. Ela também representou o país na I Conferência Pan-Americana da
Mulher, realizada em abril de 1922.
Nos Estados Unidos, onde se realizou esse encontro, conheceu Carrie Chapman
Catt. Esta representava uma corrente menos radical do movimento feminista
internacional e condenava os métodos radicais das sufragistas europeias,
especialmente britânicas. Bertha Lutz, numa entrevista, afirmou que a
orientação da senhora Carrie era "muito salutar, pois o movimento nos
Estados Unidos tem sido muito digno e completamente alheio aos métodos
violentos empregados por alguns países europeus". Esses métodos pacíficos se
adequavam mais à condição social das feministas brasileiras daquele tempo.
Ainda em 1922, Bertha organizou o 1º Congresso Feminista e fundou a
Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Esta foi a primeira
entidade feminista brasileira com expressão nacional e internacional. Entre
os seus objetivos estavam: "assegurar à mulher os direitos políticos que a
nossa constituição lhe confere" e "estreitar os laços de amizade com os
demais países americanos a fim de garantir a manutenção perpétua da paz e da
justiça no Hemisfério Ocidental". A referência ao "hemisfério ocidental" não
era casual e refletia a ideologia predominante no movimento.
Um congresso jurídico realizado no Rio de Janeiro aprovou por 28 votos
contra apenas 4 resoluções que diziam: "1º) A mulher não é, moral nem
intelectualmente, inapta para o exercício dos direitos políticos; 2º) Em
face da Constituição Federal, não é proibido às mulheres o exercício dos
direitos políticos". Rui Barbosa também passara a defender a tese da
constitucionalidade do voto feminino.



Uma garota do barulho



Entre os nomes femininos que cabe ainda destacar neste conturbado ano de
1922 é o da combativa estudante Diva Nolf Nazário. Na Faculdade de Direito
do Largo de São Francisco, onde estudava, defendeu, contra a maioria de seus
pares, o simples direito de votar na eleição do diretório acadêmico XI de
Agosto. Consciente da situação inferior que se encontravam as mulheres,
participou ativamente da fundação da Aliança Paulista pelo Sufrágio
Universal, tendo sido sua secretária-geral.
Convencida da constitucionalidade do voto feminino, ela tentou se registrar
como eleitora. Para isso, fez uma verdadeira peregrinação por vários órgãos
públicos. Chegou mesmo, depois de muita insistência, a conseguir um registro
eleitoral provisório. Contudo, o parecer do juiz eleitoral foi-lhe
desfavorável.
Escreveu o magistrado: "Entendem, por certo, a maioria dos nossos
representantes que (...) não era ainda o momento de romper com as tradições
do nosso direito, segundo as quais as palavras 'cidadãos brasileiros',
empregadas nas leis eleitorais, designam sempre cidadãos do sexo masculino".
Para ele as atribuições plenas da cidadania se vinculavam às "energias e
veemências próprias da organização viril". A mulher seria uma criatura
"destinada a dividir harmonicamente com o homem a responsabilidade da vida
em comum, ela, na tranquilidade do lar, cuidando da ordem doméstica, ele, no
trabalho cotidiano, auferindo meios de prover a subsistência da família".
Diva recorreu da decisão e seu pedido foi indeferido. O caso repercutiu
nacionalmente e ganhou as páginas dos principais jornais.
No ano seguinte, 1923, ela publicou Voto Feminino e Feminismo, no qual
apresentou sua luta e as diversas posições existentes em relação ao sufrágio
feminino, através de artigos publicados na imprensa daquela época. O livro,
cuja edição fac-similar antecede este texto, é referência obrigatória para
aqueles que desejam pesquisar o movimento feminista no início do século XX.



A crise do Estado Oligárquico e o avanço feminista



No Congresso Nacional também crescia o número de parlamentares favoráveis ao
voto feminino. Alguns projetos chegaram mesmo a ser aprovados nas comissões
e em primeira votação nas duas casas legislativas. Nas eleições
presidenciais de 1922, a vitória eleitoral de Arthur Bernardes - um opositor
do voto feminino - representou um duro golpe para os objetivos da FBPF. Seu
governo foi marcado pelas rebeliões tenentistas, o permanente estado de
sítio e perseguições políticas a seus opositores.
Washington Luís, eleito presidente em 1926, incluiu em sua plataforma
eleitoral o voto feminino. Sua vitória animou as militantes feministas. A
luta foi retomada dentro e fora do parlamento. O estopim foi a proposta de
realização de uma reforma eleitoral. Novamente foram apresentados projetos
que garantiam o voto às mulheres e as Comissões de Justiça deram pareceres
favoráveis a eles.
As entidades femininas fizeram um abaixo-assinado com mais de duas mil
assinaturas, em geral de mulheres de projeção social. Uma comissão passou a
acompanhar de perto o trabalho parlamentar. Tudo indicava que, desta vez, a
situação seria resolvida favoravelmente às mulheres.
Contudo, o projeto que instituía o voto feminino acabou não sendo votado,
pois dois senadores apresentaram emendas desfigurando-o. Uma das emendas
elevava a idade mínima para votação e eleição de 21 para 35 anos, com o
objetivo de evitar que "meninas de pouca idade" fossem eleitas para o
Congresso. A outra emenda também estabelecia o voto diferenciado para
mulheres, em que se afirmava: "Podem votar e ser votadas (...) as mulheres
diplomadas com títulos científicos e de professora, que não estiverem sob
poder marital nem paterno". A matéria voltou para a Comissão de Justiça que
rejeitou as emendas. O projeto entrou em lista de espera para nova votação,
que nunca ocorreria.
O dique, no entanto, começara a ser rompido. Juvenal Lamartine havia sido um
dos senadores que mais defenderam a proposta do direito de voto para as
mulheres e, por isso mesmo, foi apoiado por elas na sua campanha ao governo
do Rio Grande do Norte. Antes mesmo de tomar posse, solicitou que seus
correligionários na Assembleia Legislativa aprovassem o projeto que
estabelecia o voto feminino. Assim, as mulheres potiguares foram as
primeiras a usufruir desse direito, bem como foram as primeiras mulheres a
assumirem cargos no legislativo e executivo no país. Júlia Alves Barbosa foi
eleita intendente (vereadora) em Natal e Alzira Soriano eleita prefeita em
Lajes, ambos municípios do Rio Grande do Norte.
Em 1927, os votos femininos contabilizados na eleição para o Senado foram
cassados pela Comissão de Poderes do Congresso Nacional. Segundo essa
Comissão, as mulheres poderiam votar apenas nas eleições para as Câmaras
Municipais e Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, mas não nas
eleições federais. A FBPF, em protesto, lançou um duro Manifesto à Nação.
Ficava cada vez mais claro para muitas mulheres que não seria aquele sistema
decadente que garantiria o seu direito ao voto.
A direção da FBPF procurava tomar distância da política partidária - embora
tivesse ligação com setores das oligarquias presentes no poder. Quando
Nathércia Silveira, dirigente nacional, se envolveu abertamente na campanha
de Getúlio Vargas, teve que se afastar da entidade. Logo após a vitória da
Revolução de 1930, ela fundou a Aliança Nacional de Mulheres (ANM) que
congregou mais de 3 mil filiadas e procurou dar sustentação política e
social ao novo regime.



A Revolução de 1930 e a conquista do voto feminino



A primeira proposta de código eleitoral feita pelo governo provisório de
Vargas ainda limitava o voto feminino, determinando que só poderiam votar as
mulheres solteiras e viúvas acima de 21 anos e, as casadas, apenas com
autorização dos maridos. Houve uma grande campanha unificada entre a ANM e a FBPF para derrubar tais restrições. As líderes feministas se encontraram
pessoalmente com Vargas e tiveram então suas reivindicações atendidas.
O novo Código Eleitoral, promulgado em fevereiro de 1932, garantiu-lhes o
direito de votar e serem votadas. Essa prerrogativa seria exercida, pela
primeira vez, na eleição da Assembleia Nacional Constituinte de 1934, quando
o Brasil se tornou o quarto país das Américas a estabelecer o voto feminino.
Antes dele, haviam-no concedido o Canadá, Estados Unidos e Equador.
A paulista Carlota Pereira de Queiróz (foto ao lado) foi a primeira mulher
eleita para a Câmara dos Deputados. Formada em Medicina, era também uma
representante destacada da elite paulista. Berta Lutz, apesar de seu
esforço, não conseguiu se eleger pelo Rio de Janeiro. Ela ficaria na
primeira suplência. Alagoas, Bahia, Sergipe, São Paulo e Amazonas elegeram
deputadas estaduais. O Sul teria que esperar um pouco mais.
Vargas indicou Bertha e Nathércia, como representantes das mulheres
brasileiras, para a comissão especial encarregada de elaborar a proposta de
constituição federal que seria apreciada pelo Congresso - um fato inédito na
história política brasileira. A Constituição de 1934 iria estabelecer
claramente, sem ambiguidade, o direito de voto para as mulheres. Bertha
assumiria, finalmente, sua vaga na Câmara dos Deputados, em 1936.
Naquela conjuntura de crise cresceu a influência da esquerda entre as
mulheres. Como resultado, em 1934, foi fundada a União Feminina. Ela se
integraria à Aliança Nacional Libertadora (ANL), que tinha participação de
socialistas, comunistas e anti-imperialistas. Após a cassação desta entidade
e do esmagamento do levante aliancista, ocorrido em novembro de 1935, as
principais dirigentes da União Feminina foram presas. Em seguida, a FBPF e
demais entidades femininas sofreriam um duro golpe com a criação do Estado
Novo em 1937. Com a ausência de democracia, o movimento feminino sofreu
forte impacto e um refluxo involuntário.
As operárias, embora tivessem grande atuação nas greves pelas campanhas
salariais e de melhores condições de trabalho, não tiveram grande atuação na
luta pelos direitos políticos. Isso refletia vicissitudes do movimento
operário brasileiro daquela época. Os anarquistas, força hegemônica até
meados da década de 1920, negavam a importância da atuação política
institucional e não se incorporaram na luta pelo sufrágio universal, que
consideravam improcedente. O próprio Partido Comunista, criado em 1922,
ainda padecia de certo obreirismo e pouquíssima inserção junto às mulheres,
mesmo as trabalhadoras.
Assim, a luta pelo sufrágio feminino foi travada fundamentalmente pelos
setores de vanguarda da burguesia e da pequena burguesia urbana. Isso teve
consequências na ideologia e nas formas de organização e de luta do
movimento feminista brasileiro do início do século XX. Sem bases sociais
populares, não se produziu uma forte corrente de esquerda como aconteceu em
alguns países europeus.
Apesar desses limites, podemos afirmar que sem a ação decidida de mulheres
como Berta Lutz e Diva Nolf, não seria possível falar em democracia e
cidadania no Brasil. Por isso, seus nomes deveriam constar num lugar de
honra dos nossos livros de história, rompendo assim com a situação de
invisibilidade que o mundo burguês masculino procurou condená-las.



* Posfácio ao livro Voto Feminino & Feminismo de Diva Nolf Nazario,
Imprensa Oficial



** Augusto C. Buonicore, historiador e mestre em Ciência Política pela
Unicamp, secretário-geral da Fundação Maurício Grabois. Autor do livro
Marxismo, história e Revolução Burguesa: Encontros e desencontros, ed.Anita
Garibaldi.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA AMBIENTAL E MIGRAÇÕES

Colegas,
Solicito, por gentileza, a divulgaçao do nosso evento, conforme noticia abaixo.
O Programa de Pós-Graduação em História e o Programa de Pós-Graduação
Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, por meio do Grupo de Pesquisa: Laboratório de Imigração,
Migração e História Ambiental (LABIMHA), têm a satisfação de convidar os colegas pesquisadores para submeterem suas propostas de trabalho
para o 2° SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA AMBIENTAL E MIGRAÇÕES.

O evento acontecerá de 17 a 19 de setembro de 2012, na cidade de Florianópolis,Santa Catarina, no campus da na Universidade Federal de Santa Catarina.
A submissão/inscrição de trabalhos está aberta até o dia 31 de maio e poderá ser feita na página indicada a seguir, onde outras informações estão disponíveis:

http://www.labimha.ufsc.br/2simposio
 

Atenciosamente,
Profa. Dra. Eunice Nodari
Pela Coordenação
labimha@cfh.ufsc.br





XI ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA ANPUH-RS

Prezado(a) colega:
Lembramos que 08 de maio de 2012 é o último dia para inscrições de comunicações nos simpósios temáticos e para exposição de pôsteres de iniciação científica no XI Encontro Estadual de História - História, memória e patrimônio. Esta também é a data limite para pagamento da anuidade 2012 (e 2011, caso esteja em aberto) para inscritos na modalidade de sócio. Maiores informações estão disponíveis no site do evento.
 
XI Encontro Estadual de História – ANPUH-RS
www.eeh2012.anpuh-rs.org.br
 

Comissão Organizadora
XI Encontro Estadual de História – ANPUH-RS

VIII ENCONTRO NACIONAL PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA

Imagem inline 1

PROGRAMA SANTA AFRO CATARINA

Bom dia,

Programa Santa Afro Catarina convida você a participar de roteiros históricos sobre a presença de africanos e afrodescendentes em Florianópolis. O diferencial do Programa é a integração inovadora dos conteúdos de história da diáspora africana ao espaço urbano. Os roteiros históricos serão oferecidos todos os primeiros sábados do mês e guiados por uma equipe de profissionais atuantes nas áreas de História, Patrimônio e Ensino de História, sempre com encontro marcado às 9h45 embaixo da figueira (Praça XV) e saída às 10hs. O roteiro tem duração aproximada de 2 horas e é gratuito.

Roteiro deste sábado 5/5:  "Devoção ao Rosário e Festas de Africanos na Ilha". Encontro 9h45 na Figueira da Praça XV de Novembro, Florianópolis. Saída: 10h.
Condutor: Felipe - Contato: (48) 9131-0842

Seminário "As fronteiras da escravidão moderna e contemporânea sob a ótica da História do Direito e da História do Trabalho"

Caros, 
Gostaria de pedir que divulgassem o seminário "As fronteiras da escravidão moderna e contemporânea sob a ótica da História do Direito e da História do Trabalho", que será dias 10 e 11/05 (quinta e sexta-feira da semana que vem). 
As inscrições estão abertas e são limitadas à capacidade do auditório. Podem ser feitas através do formulário que se encontra na página: http://labhstc.ufsc.br/archives/444
 
O programa está em anexo.

agradeço desde já,
Beatriz

CHAMADA DE TRABALHOS

Revista do Arquivo Histórico de Joinville
Chamada de Trabalhos

O Conselho Editorial da Revista do Arquivo Histórico de Joinville (ISSN 1982-4769) informa que prorrogou o prazo para recebimento de Artigos, Ensaios, Resenhas para a publicação do seu terceiro número, até o dia 21 de maio de 2012.
Além de trabalhos referentes às histórias da cidade de Joinville e da região, este periódico objetiva também apresentar artigos sobre patrimônio cultural, memória, história, arquivologia, preservação e educação patrimonial. Sublinha-se que neste número pretende-se também organizar um dossiê temático sobre "Arquivo Histórico de Joinville e a Cidade" em comemoração aos 40 anos da instituição.
Os textos encaminhados às seções "Artigos", "Ensaios" e "Resenhas" da Revista, serão aprovados por dois membros do Conselho Consultivo ou por outros pareceristas ad-hoc designados pelo Conselho Editorial. As demais seções serão elaboradas pelo corpo técnico da instituição e revisadas pelo Conselho Editorial.
Os textos devem ser inéditos e obedecer aos seguintes critérios:
- Os artigos devem conter de 15 a 20 páginas (incluindo citações, referências, imagens e tabelas), apresentando resumo de até 10 linhas em português e inglês (Abstract) e 3 palavras-chave em português e inglês (Key words);
- A seção "Documentação" destina-se a apresentar textos, documentos e traduções referentes ao acervo do AHJ e devem ter no máximo 10 páginas (incluindo citações, referências, imagens e tabelas);
- As resenhas devem ter de 5 a 7 páginas;
- Os textos originais devem ser digitados em Word for Windows 7.0 ou compatível, fonte times New Roman, tamanho 12, com espaço 1, 5 e margens 2,5.
- Os trabalhos devem ser encaminhados após revisão ortográfica e de concordância e devem obedecer a Norma NBR 6023, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
- As notas devem constar do rodapé e as referências bibliográficas do final do texto.
- As imagens e tabelas (máximo cinco), além de vir no corpo do texto, devem também ser enviadas em arquivo JPG com 300 dpi de resolução mínima.
- O(s) autor(es) será responsável pelos encaminhamentos referentes aos direitos de reprodução das imagens.
- Os textos originais devem ter folhas de rosto em que conste título, em português e em inglês, nome(s) do(s) autor(es) e respectiva(s) instituição(ões) por extenso, uma breve descrição biográfica (máximo: cinco linhas) e endereço completo, inclusive e-mail e telefone. O(s) nome(s) do(s) autor(es) não deve aparecer no corpo do artigo, para garantir o anonimato do trabalho ao ser enviado aos pareceristas.
- O(s) autor(es) deverá enviar uma Carta de Autorização de Publicação, declarando o ineditismo do texto e cedendo os direitos autorais à Revista do Arquivo Histórico de Joinville.
O Conselho Editorial poderá fazer pequenas correções gramaticais, quando necessário. Durante a revisão os autores poderão ser contatados para esclarecer informações textuais ou de referências.
Os autores receberão dois exemplares da Revista que contiver seu trabalho.
Os trabalhos deverão ser enviados em duas cópias impressas e uma em CD pelo correio e uma digital por e-mail, para:
Revista do Arquivo Histórico de Joinville
Arquivo Histórico de Joinville – AHJ
Av. Hermann August Lepper, 650 – Saguaçú
Joinville/SC – CEP: 89.221-005

E-mail: nph@joinvillecultural.sc.gov.br





III CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA

Caros ao convida-los a participarem do III Congresso Internacional de História: História e Diversidade Cultural, que ocorrerá no Curso de História da UFG/Jataí de 25 a 27 de setembro, peço ajuda para a divulgação do mesmo.
Em anexo material que poderá ser envido a seus contatos e informações de como mandar proposta de ST e minicurso.
Solicito que os colegas que mandem propostas de ST e Minicurso veja material em anexo.                         

Abraços,

Este ano o Congresso Internacional do Curso de História da UFG/Jataí irá discutir a temática da Diversidade Cultural e como os Historiadores e Educadores de uma forma geral lidam com este fenômeno enfocando seus aspectos políticos e culturais, cujos desdobramentos e questionamentos são contemporâneos a sociedade brasileira. A partir deste ano o Congresso passa a ser bianual e o próximo só ocorrerá em 2014. Desta forma não mais teremos nosso evento coincidindo com a realização dos encontros regionais da ANPUH/GO e nem com o Simpósio Nacional da ANPUH. O III Congresso Internacional aceita inscrições de: graduandos, pós-graduandos, profissionais de História e outras áreas do conhecimento em todas as suas modalidades: Comunicação em ST, apresentação de Pôsteres e Ouvinte. Todos os inscritos poderão ser matricular em um minicurso de sua livre escolha, sem nenhum custo adicional, desde que no momento de sua inscrição haja vagas. O Congresso publicará resumos e textos completos em anais eletrônicos – veja normas de inscrição e publicação na página da Internet. www.congressohistoriajatai.org
 
Terça 25/09
Quarta 26/09
Quinta 27/09
8 h–17h Credenciamento
12h–17h Credenciamento
12h–17h Credenciamento
8h Minicursos
8h Minicursos
8h Minicursos
10h Mesas–Redondas 01

Narrativa literária e Arte Visual: Identidades, Sujeitos e Representações.
Prof. Dr. Aldrin Moura de Figueiredo – UFPA

Profª  Ms. Magda Nazaré Pereira da Costa – UFOPA/ Santarém
Profª. Drª. Fabiana Fredrigo - UFG

10h Mesas–Redondas 02
Diversidade & Cultura, Política & Sexualidades: Experiências Contemporâneas.
Prof. Dr. Leandro Colling – UFBA

Prof. Dr. Luiz Mello  – Sociologia UFG

Prof. Dr. Miguel Rodrigues de Sousa Netto UFMS/Aquidauana
10h Mesas– Redondas 03
Diversidade Étnica, Alteridade e Intolerância no Brasil Contemporâneo.
Prof. Ms. Aguinaldo Rodrigues Gomes – UFOPA / Santarém

Profª. Silvany Eucênio Silva – Sec. de Politicas de Promoção e Igualdade Racial – Governo Federal (SEPIR)

Profª. Drª. Iara Castro Quelho - UFMS
13-14h Pôster
13-14h Pôster
13-14h Pôster
14–18h Simpósios Temáticos
14–18h Simpósios Temáticos
14–18h Simpósios Temáticos
19h Apresentação cultural

19h Apresentação cultural

19h Apresentação cultural
20h Conferência de Abertura

Portugueses canibais.
Histórias, alteridades e diversidades culturais num duplo encontro: Portugueses e Chineses no império celeste, Castelhanos e Mexicanos no Anahuac (1517-1523)
.

Prof. Dr. Serge Gruzinski – École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (França) – Princeton University (USA)
20h Conferência 02

Cosmopolitismo em Walter Benjamin: entre o apelo da rêverie e a experiência do choque.

Profª. Drª. Maria João Cantinho – IADE/Lisboa – Portugal.



 20h Conferência de Encerramento

Multiculturalismo e seus desafetos.

Prof. Dr. Kanavillil Rajagopalan – UNICAMP – Brasil.
Abraços,
Prof. Dr. Marcos Antonio de Menezes
Coordenador do III Congresso Internacional de História: História e Diversidade Cultural
&
Coordenador do Curso de História da UFG/Jataí

INSCRIÇÃO DE VÍDEOS NO ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA - SANTA CATARINA


Etapas da Inscrição do vídeo


Para a inscrição da produção audiovisual (vídeo) deverão se observadas as seguintes etapas quanto ao envio do material:

a) preenchimento da ficha de inscrição, contendo dados do proponente e da produção apresentada, em formato online, a ser enviada ao endereço eletrônico anpuhsc@gmail.com  e, em formato impresso, acompanhando a produção audiovisual. 

b) preenchimento do Termo de Autorização de uso e exibição da produção audiovisual a ser entregue impressa e assinada junto a produção audiovisual (vídeo), acompanhando o material enviado.

c) envio da produção audiovisual (vídeo), cópia do arquivo em Dvd, formato  Vídeo e sistema NTSC a ser encaminhado ao endereço indicado abaixo.
Junto, também devem ser enviadas de  2 a 5 fotografias digitalizadas de cenas da produção audiovisual (vídeo), previamente selecionada pelos autores, para fins de divulgação.


Aos cuidados de
 Profa. Márcia Ramos de Oliveira
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Ciências Humanas e da Educação – FAED
Av. Madre Benvenuta, 2007 – Itacorubi
Cep 88035-001 
Florianópolis -SC

Maiores informações no site  http://www.anpuh-sc.org.br/